sexta-feira, 28 de maio de 2010

A renovação do rock alagoano.

O rock alagoano nunca teve uma cena tão prolífica e diversificada. Inúmeras bandas surgem a todo instante em todos os cantos do estado. O melhor disso tudo é a qualidade que a música vem ganhando com o passar dos anos. A estabilidade econômica do país é fator preponderante para que uma quantidade maior de pessoas tenha acesso a instrumentos musicais, computadores e outros equipamentos que possibilitam ao músico alagoano realizar as gravações de seus ensaios, demos e até mesmo cds na garagem ou num estúdio caseiro com uma boa qualidade. Bem, isso de nada adiantaria se os músicos não tivessem talento certo? Pois a banda em questão tem de sobra. Capitaneados pelo experiente Daniel Queiroz (ex- Alphagraus), o Violétricos aposta num Rock And Roll básico com altas doses de nostalgia, Rolling Stones e Jovem Guarda são referências imediatas nas canções da banda.

Tive o prazer de passar um sábado na casa do Daniel e ele me mostrou uma das músicas, muito boa por sinal. Uma coisa que eu sempre falei era de que ele deveria cantar suas composições, o que acabou acontecendo nesse novo projeto. A voz de Daniel dá um acento pop às musicas e suas letras são inteligentes e com sacadas que pegam o ouvinte logo de cara: “Não adianta falar ou lembrar. O que está mesmo perdido pra que procurar. Tudo passa e eu queria ficar.” e “ Tudo que você quer não faz sentido. Já me considerei um leão ferido, numa arena vazia e silenciosa,” esses são trechos que fazem parte da canção Explicação que já ganhou um subtítulo carinhoso deste que vos escreve: Leão ferido. São musicas para se ouvir sozinho, com os amigos, com alguém que você gosta...O Violétricos é a garantia da renovação do Rock And Roll alagoano.



Fique Aqui
(Violétricos)

Baby porque não está por perto
Num mundo tão deserto
Eu não vivo sem você, mas
Me diga, porque partir agora
Me conte sua história, devagar
Antes de ir.

Então não diga adeus
Eu não me conformo
Chamei você e ninguém atendeu

Então fique mais um pouco
Não quero ficar só
Sou uma mistura de triste e louco
Meu bem.


Em conversa recente com o amigo Daniel ele me disponibilizou as gravações das musicas Explicação (leão ferido) e Fique Aqui em arquivos Mp3 com ótima qualidade de gravação. Duas canções muito bonitas e, o melhor de tudo é que ele me autorizou disponibilizar as musicas aqui no blog. Então galera que curte um bom rock and roll é só clicar no link abaixo para poder conhecer o som do Violétricos. Eu recomendo!

Disco da Semana

Stick Fingers (1971)



Começar esse texto dizendo que os Rolling Stones é a maior banda da história do Rock And Roll é como chover no molhado. Os coroas estão na ativa até hoje lançando discos maravilhosos, fazendo shows pelo mundo inteiro com uma energia que 99% das bandas atuais não têm. Clássicos são muitos, e eu não estou falando de musicas isoladas, estou falando de álbuns inteiros. Se tivéssemos que usar um adjetivo para qualificar a banda eu diria que completo seria o adjetivo correto.

Stick Fingers já começa com Brow Sugar, inspiradíssima canção, guitarras maravilhosas (culpe a Keith Richards por isso), característica dos Stones, refrão grudento, uma levada excitante e um belíssimo solo de saxofone fizeram desta um dos maiores clássicos da banda e do Rock And Roll.

Abra uma cerveja e entre no clima. Sway nos leva aos bares blues, que canção maravilhosa. Mick Jagger cantando muito nessa música e os solos, sim, eu disse solos a musica tem dois maravilhosos solos de guitarra que nos leva ao êxtase. Corra ainda dá tempo abra uma cerveja cara.

Toda grande banda que se preze tem uma bela balada em seu repertório. Não os Stones. Eles têm varias. Sem exageros, eu estou falando aqui de uma da musicas mais bonitas da história, Wild Horses é simplesmente linda.

As grandes canções vão se sucedendo neste álbum: Can’t you hear me knocking, You got movie, Bitch, I got the blues são canções maravilhosas cada uma dentro de seu estilo. Vale destacar aqui as intervenções dos instrumentos de sopro em Bitch e I got the blues. Ah não citar o Hammond usado nesta ultima seria um crime.

Sister Morphine vai crescendo com o tempo e se torna a grande surpresa do álbum. Belíssima canção, pode colocá-la na lista dos clássicos da banda.

Existem canções que navegam entre o rock e a balada. Dead Flowers está nessa categoria, sua levada e, seu refrão contagioso nos faz querer sair por aí cantando e dançando, na chuva ou não. Clássico aqui é pouco, classicaço. Que música cara, que musica.

Moonlight Mile é outra canção que vai ganhando corpo com o tempo, assim como Sister Morphine agrada em cheio. Jagger está dando um show aqui, alias em todo o disco.

Quando eu falei no inicio do texto sobre um adjetivo para definir os Rolling Stones, ficou uma questão martelando em minha cabeça. Será completo mais que perfeito (digo o adjetivo)?

Rolling Stones: completos, perfeitos, fantásticos, maravilhosos...Stick Fingers. Eu recomendo!


D. Fernando

Segue o vídeo da canção Wild Horses. Essa versão foi gravada no album Stripped de 1995, tão linda quanto a original.

Aqui vou eu novamente.



Aqui vou eu novamente


Na maioria das vezes eu não sei aonde estou indo, a única certeza que tenho é que sei por onde passei. Nessas constantes indas e vindas da vida, eu continuo parado na mesma velha estrada esperando pelas promessas das canções de ontem. Tantas foram as vezes em que eu mudei de idéia, eu não vou ficar aqui perdendo tempo, vou em frente, aqui vou eu novamente.

Bem, eu ainda continuo procurando por uma resposta e o que mais me incomoda é que pareçe que nunca vou encontrar o que procuro. Deus sabe o quanto eu tenho rezado, e peço para me dar forças para continuar, pois ainda sinto como se estivesse andando sozinho na solitária estrada dos sonhos.

E aqui vou eu sozinho novamente, contornando as curvas e seguindo na única estrada que eu conheco. Nômades nascem para andar sozinhos, mas eu mudei de idéia, eu não vou ficar aqui perdendo tempo, vou em frente, aqui vou eu novamente.

Corações partidos precisam de resgate enquanto aguardam pela doce caridade do amor. Acho que posso suportar, pois ainda sinto como se estivesse andando sozinho na solitária estrada dos sonhos. Tantas foram as vezes que eu rezei enquanto feito um nômade eu caminhava sozinho, mas eu mudei de idéia, eu não vou ficar aqui perdendo tempo, vou em frente, aqui vou eu novemente.


D. Fernando

* Texto baseado na música Here I Go Again da banda Whistesnake.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mr. Dylan outra vez...

Estava eu lendo algumas noticias na rede mundial de computadores quando me deparei com essa no site whiplash.net:

"Bob Dylan - é dele 'A Maior Musica de Todos os Tempos.'

O sucesso de 1965 de BOB DYLAN, "Like A Rolling Stone" ficou no topo de uma nova lista das "Maiores Músicas de Todos os Tempos".

Editores e colaboradores da revista Rolling Stone levaram meses formando a última lista das top 500 e a faixa do disco de Dylan, "Highway 61 Revisited", bateu "(I Can't Get No) Satisfaction" dos THE Rolling Stones no posto de número um. "Imagine" de JOHN LENNON vem em terceiro enquanto "What's Going On" de MARVIN GAYE e o hino "Respect" de 1967 de ARETHA FRANKLIN, formaram as top cinco."

Sinceramente, isso não me surpreende. Outro dia desses eu vi num jornal de uma grande rede de TV brasileira um colunita fazer uma materia onde dizia que Like a rolling stone era a música mais influente de todos os tempos. Tantas dessas listas públicadas, que ao meu ver não servem para nada, a não ser para aqueles que não tem nada na cabeça guiarem-se pelo caminho de alguma tendencia. O fato é que recentemente Bob Dylan está sempre no topo dessas listas. Será que querem fazer da Consciência da América a Consciência do Mundo?


D. Fernando 

domingo, 23 de maio de 2010

Conto humorístico II

O Apagão – A saga do sutiã roubado.



Estávamos todos tranqüilos no famoso bloco da Universidade Federal chamado João de Deus. Pela situação do dito cujo eu diria que o nome mais adequado seria João de Deus nos Acuda. A situação ali não é fácil não. Fácil mesmo estava a prova de Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Estrangeira (ufa, deu até tendinite digitar o nome dessa matéria). Digo isso, pois com a explicação que nossa magnânima (olha o puxa saquismo aí) professora Flávia Colen nos deu, a prova estava moleza cara.

Todos preparadíssimos, era neguinho rindo a toa (não me lembro das regras para empregar esse a toa), coçando a mão, agradecendo a Deus...Só não se encaixam nesses quadros nossos amigos(as) Adilson, Gleice e Clayse, pois como sempre os três estavam fazendo o que sempre fazem diante de uma situação de tensão: se maquiando.

Dada a largada para a prova e... Apagou tudo, escuridão total nos olhos e corações dos homens (eita drama da boba), ouve-se um grito:

- Alguém roubou meu sutiã, devolvam meu sutiã.

Era nosso amigo(a) Adilson que se encontrava desesperado(a) sem sua peça intima.

Alvoroço, correria. Quem será que roubou o sutiã de Adilson? Porque alguém faria algo assim tão monstruoso?

E o que estaria fazendo Adilson naquela aula? Ele não paga essa matéria.

- Chamem o MM o puliça lingüista para investigar o caso.

Alguém grita.

Nesse momento Marcelo sai disfarçadamente e em seguida quem entra em cena é MM o puliça lingüista com seu novo traje ultramegasupersausseriano

- Qual o motivo de tanta celeuma?

Não precisa dizer que ninguém entendeu a pergunta, mas ainda assim MM continuou as investigações.

- Onde está à donzela que teve a peça intima furtada?
- Estou aqui seu puliça ao seu inteiro dispor, e olhe que eu não estou brincando hein.

Apresentou-se nosso(a) amigo(a) Adilson ao paladino da justiça, que diante de tal situação procurou disfarçar...

- Onde Vossa Senhoria encontrava-se no momento que lhe foi furtada a peça?
- Devo dizer seu puliça antes de mais nada, que adoooorei esse seu novo traje ultramegasupersausseriano. Está um arraso.
- Eu estava ali no cantinho junto com minhas inseparáveis amigas Gleice e Clayse.
- Qual é a cor da lingerie?
- Era um belíssimo Victoria Secret rendado, aaaiii meus sais please.

MM pensa um pouco e...

- Hummm...Clayse queira por favor ficar de pé.
- Mas...mas o que eu fiz?
- Levante sua blusa por favor...
- O que é isso, eu não vou...

Utilizando a autoridade que lhe é concedida pelo aparelho repressor do estado, MM levanta de uma só vez a blusa de Clayse e para surpresa de todos ela estava usando a peça íntima furtada.

- Ta bom eu confesso.
- Quando a luz apagou, eu senti uma rajada de vento passar por mim, quando percebi em questão de segundos estava sem sutiã. Não pensei duas vezes peguei o do Adilson, mas eu iria contar pra ele, só que ele fez logo um escândalo e eu fiquei sem saber o que fazer.
- Você disse uma rajada de vento?
- Sim, isso mesmo.
- Juca das gatas o felino da laje, qual a razão desse segundo ataque a Clayse?
- Ela gosta de provocar meus instintos, o sutiã dela era de oncinha e eu achei isso um afronte aos meus amigos felinos, por isso aproveitei a queda de luz para me vingar da atitude antiecológica dela, mas outra vez ela se mostrou uma mulher de peito. Quer dizer ela não mostrou, pois pegou o sutiã do Adilson he he he.



D. Fernando

sábado, 22 de maio de 2010

Disco da Semana

Ready An’ Willing 1980




De um simples vendedor de discos a vocalista de uma das maiores bandas da história do rock.

Convidado a substituir Ian Gillan no Deep Purple, David Coverdale foi além das expectativas. Ao sair do Purple, fundou o Whitesnake, uma das grandes bandas do cenário Hard Rock mundial. Coverdale e sua trupe lançaram inúmeros clássicos do estilo, dentre eles Ready An’ Willing.

A banda que acompanhava David nessa empreitada era digna de nota, senão vejamos: Mick Moody e Bernie Mardsen nas guitarras, Neil Murray no baixo, o mestre Jon Lord nos teclados e ninguém menos que Ian Paice na bateria. Esse fantástico grupo de músicos fazia um instrumental consistente e coeso para que a magnífica voz de Coverdale brilhasse em composições inspiradíssimas.

Numa fase onde os dólares americanos ainda não haviam soprado seu bardo nos ouvidos de David Coverdale, este compôs canções em parceria com seus companheiros de banda, sobretudo Moody e Mardsen que nos mostra um Whitesnake funkeado, com uma forte pegada blues em seu Hard Rock tipicamente inglês. Destaques são inevitáveis, Fool For Your Loving é um deles. Em sua primeira e matadora versão a canção abre o disco com aquele ar de novo clássico do Hard Rock.

O álbum segue na mesma pegada, a cada nova música o que se vê é uma banda muito entrosada e músicas inspiradas. Ready An’ Willing e Ain’t Gonna Cry No More vem numa linha mais funkeada do que as demais, Love Man é um típico blues para ser ouvido tomando uma boa cerveja. Outros destaques certamente devem ser creditados as belíssimas baladas Carry Your Load e Blindman.

Sem dúvida um dos grandes álbuns do Hard Rock feito por uma banda talentosa e inspiradíssima, e o que dizer da voz que completa perfeitamente a musicalidade dessa banda. Que voz, que voz meu amigo. David Coverdale uma das maiores vozes do rock And Roll. Ready An’ Willing, eu recomendo!



D. Fernando


Segue o vídeo com a musica Blindman. Não foi possível incorporar a versão original de Fool For Your Loving.








terça-feira, 18 de maio de 2010

O silêncio do Heavy Metal.


O dia 16 de maio de 2010 entra para história como uns dos dias mais tristes da música. Às 7:45 de uma manhã de domingo o Heavy Metal fica mudo, morre Ronnie James Dio a voz do Metal. Quando Ronald James Padavona adentrou no mundo da música em 1957 com o The Vegas King, ele não imaginava o quanto seria importante, sobretudo para a musica pesada. Ronald James Padavona se transformou em Ronnie James Dio. ELF, Rainbow, Black Sabbath e Dio. Essas bandas tornaram Ronnie conhecido no mundo inteiro, sua voz potente, sua presença de palco sempre foram suas marcas registradas. Dio não precisava se esgoelar para provar que tinha uma das vozes mais potentes da história, em nenhum momento de sua longa carreira precisou alterar a tonalidade das músicas para adaptá-las a sua voz por esta está menos potente, Ronnie se manteve no topo até o final, a mesma voz; a mesma força; a mesma presença de palco; o deus do Heavy Metal.

“Ele costumava tratar todos como iguais, mas poucos eram iguais a ele.", foi o que disse Ralph Santolla (Obtuary, Deicide, Death, Iced Earth) uma das celebridades do mundo da música pesada em depoimento sobre o falecimento de Dio. Muitas foram às declarações nos últimos dias sobre como Dio era gentil, humilde, alegre dentro e fora dos palcos, muitos fãs declararam seu amor pelo maior baixinho da música, eu sou mais um deles. Recebi a noticia nesta segunda-feira pela manhã quando estava dando aula, o alarme do meu celular avisava que havia chegado uma mensagem, sai um pouco da sala e fui ver o que era, dizia o seguinte: “O rock está de luto, Dio nos deixou... Uma perda irreparável.”, parei um pouco no tempo, I Could Have Been A Dreamer me veio à mente, essa é minha música favorita de Ronnie, eu a cantarolei o resto do dia em tributo a voz do Heavy Metal. Como nos sensibilizamos tanto com a morte de alguém que nem conhecemos pessoalmente? Segundo os conceitos de tragédia de Aristóteles, nos colocamos no lugar do outro, é a possibilidade de que aquilo pode acontecer conosco que nos sensibiliza tanto, ainda mais quando se trata de um ídolo, um herói, uma pessoa que para nós chega a ser imortal. Dessa forma nós percebemos a nossa fragilidade diante do mundo, se aconteceu com Dio, imagine comigo. Bem, o que me importa nesse caso é que Ronnie não vai mais está aqui fisicamente, mas sua música, esta nunca deixará de existir, será eterna, ou seja, o homem que ficava em cima de uma montanha de prata agora é um arco-iris no escuro, vai está sempre iluminando e colorindo nossos corações. Obrigado Ronald “Ronnie” James Padavona Dio.

Long Live Rock and Rolllllllllllllllllll



D. Fernando

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Fatos verídicos??????


Noite Feliz


Uma noite dessas, eu estava no quarto com minha filha de 4 anos. Conversávamos sobre uma série de coisas, ao fundo num gravador estava tocando a música Chimes of Freedom e minha filha me disse o seguinte:

- Pai eu estava olhando o céu agora de noite e não vi nenhuma estrela, nem a lua apareceu hoje. Ela estava triste?

Como eu adoro contar histórias, respondi para ela desse jeito:

- Isso já aconteceu algumas vezes Darla. Uma vez num lugar distante daqui, o céu estava vazio, não tinha uma estrela sequer e a lua estava tão triste que dava para ouvir seu lamento aqui na terra. Na beira de um rio sentava-se um menino com sua viola e sua gaita, ele precisava descansar, pois andara muito o dia inteiro. Ele olhou para o céu e percebeu toda aquela tristeza, pegou sua viola nos braços e começou a dedilhar, de sua gaita saía uma melodia simples... mágica. Começou a cantar uma letra que falava sobre a liberdade para os humildes, para os que não podiam se defender, os que eram fortes por não querer lutar, a liberdade para todos. Em alguns instantes as estrelas começaram a brilhar no céu escuro e a lua parecia está sorrindo como uma criança feliz nas rodas de ciranda.

Minha filha me interrompe e faz a seguinte pergunta:

- Pai e os anjinhos também ouviam a musica?

- Na Verdade Darla. Foram os anjinhos que sussurraram no ouvido do menino para que ele cantasse a canção. Deus ordenou aos anjinhos:

- Digam ao menino que cante a canção para alegrar a noite e toda vez que a noite estiver triste como esta, a canção deve ser cantada em qualquer parte do mundo.

Eu disse a minha filha:

- Eu percebi que você sentiu a noite triste, por isso eu coloquei essa música que está tocando aqui no quarto agora.

- Ah então essa é a musica que faz a noite ficar feliz?

- É

Ela me pediu para ver como o céu estava, fiquei receoso nesse momento, mas resolvi ir com ela. Ao abrir a porta e olhar, o céu estava todo estrelado e a lua aparecera bonita e faceira. Sorri aliviado e disse:

- Viu Darla como a noite está feliz agora.

- É mesmo papai. Como é o nome do menino que canta a música?

- Bob Dylan

Minha esposa que acompanhara tudo de perto me falou:

- Você fica colocando cada coisa na cabeça da menina.

E a Darla respondeu:

- Não mamãe, é que quando Bob Dylan canta as estrelas aparecem no céu e até a lua fica sorrindo.




D. Fernando

sábado, 1 de maio de 2010

Disco da Semana

Heartbreaker Station (1990)



O ano de 1990 foi o último degrau da escada para o Hard Rock Poser ou Hard Glam tão em voga à época. Algumas bandas vinham galgando seu espaço há um bom tempo e muitas delas conseguiram seus discos mais famosos e rentáveis entre os anos de 1988 e 1990. Nos anos seguintes o que se viu foi uma repetição de tudo o que já havia sido feito, é claro que com raríssimas exceções.

Heartbreaker Station é o melhor exemplo disso, sem dúvida o melhor disco do Cinderella, e um dos melhores discos de Hard Rock da história. A banda já nadava contra a corrente desde o seu segundo álbum, enquanto a maioria das bandas seguia uma formula musical que tendia a saturação, o Cinderella incorporava suas influencias musicais não só nas palavras de suas entrevistas, mas nas músicas de verdade. Lynyrd Skynyrd, Led Zeppelin, Aerosmith, Rolling Stones, AC DC, etc. Tudo era colocado num caldeirão musical onde o principal ingrediente era a ousadia dos caras. Misturados todos os ingredientes, tínhamos um Hard Rock setentista com uma forte pegada southern, metais, coros, harmônicas, hammond e vocais ásperos e potentes. Cortesia de Tom Keifer, vocalista, guitarrista solo e principal compositor da banda.

O álbum abre com The More Things Change, a introdução já entrega o que viria. Hard rock sulista, blues, R&B, uma sonoridade encorpada com metais, slides, etc. Algo muito pouco usado pelas bandas naqueles anos. Maravilhoso!

Musicalmente cada faixa é bem diferente uma da outra, os vocais de Tom Keifer dão o toque de personalidade que molda o som tão particular do Cinderella. Love’s Got Me Doin’ Time tem em sua base a utilização do wah wah que permeia toda a canção com maestria. Outro destaque dessa música é o solo, Tom Keifer além de ser um ótimo vocalista e compositor, manda muito bem com a guitarra. Preste atenção não só no solo, mas veja como ele e seu parceiro Jeff Labar encaixam diferentes sonoridades do instrumento com um extremo bom gosto durante a música. O que viria a ser uma tônica do disco.

Shelter Me tem lugar especial no coração deste que vos fala. Eu sou suspeito para falar dessa canção. Slides, metais, uma das melhores vocalizações de Mr. Keifer e dois solos maravilhosos: um de saxofone e outro de guitarra. Escutem e tirem suas conclusões. Ah no vídeo ainda tem a participação de ninguém menos que Little Richard. Alias esse vídeo é um show a parte.

Heartbreaker Station a musica. Uma balada maravilhosa, eu poderia colocar outros adjetivos aqui e, tenho convicção que não estaria exagerando. Pela primeira vez no disco Tom Keifer usa sua voz de forma natural (muito bonita por sinal) e em algumas partes da canção, especialmente no final ele volta com o vocal áspero de sempre, imprimindo uma dramaticidade toda especial a uma das melhores baladas do Hard Rock.

Imaginem o AC DC com Hammond e slides ao fundo. Sick For The Cure e Make Your Own Way, é por aí que a coisa caminha nessas canções. Não seria ousadia de minha parte em dizer que com essas músicas o Cinderella conseguiu dá um novo ar a formula musical dos australianos.

One For Rock And Roll e Dead Man’s Road incorporam o country e o southern rock de forma majestosa e com doses generosas de feeling tão comum a esses estilos.

A dupla Keifer e Labar mais uma vez faz a diferença em Electric Love e Love Gone Bad com riffs certeiros e sonoridades diferenciadas que fazem de suas guitarras maquinas de fabricar boas sensações ao ouvinte. Duas canções que nos remete a grandes momentos de Aerosmith e Led Zeppelin.

Winds Of Change fecha o disco com um ar introspectivo, uma balada acústica, onde Tom alterna mais uma vez vocais suaves com seu tradicional vocal áspero. Uma canção muito bonita que caiu no esquecimento dos fãs que só lembram de Heartbreaker Station.

Em suma, Tom Keifer (vocal e guitarra), Jeff Labar (guitarra), Eric Brittingham (baixo) e Fred Coury (bateria) foram uma das formações mais interessantes da história do Hard Rock. Uma banda que ousou bater de frente com os padrões musicais estabelecidos pela indústria fonográfica da época e ainda assim fazer sucesso, esse foi o Cinderella. Heartbreaker Station eu recomendo!



D. Fernando

É uma doença crônica...


Crônica

É uma doença crônica, não tem cura.
Alguns sentados à sombra, bebendo água purificada.
Tantos sentados ao sol, sem água no pote...
Na secura.


D. Fernando