segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ariano Suassuna - Biografias

Biografias vai abrir espaço para que possamos conhecer um pouco da história de alguns rockeiros, poetas e loucos que fazem parte desse mundão de meu Deus. Começo por Ariano Suassuna, um dos maiores representantes da nossa literatura em todos os tempos.




Ariano Suassuna

Ariano Vilar Suassuna nasceu, na Cidade da Paraiba (atual João Pessoa) no dia 16 de junho de 1927. Dramaturgo, romancista e poeta brasileiro. É o autor dos celebres Auto da Compadecida e A Pedra do Reino.

Filho de Rita de Cássia Vilar e João Urbano Pessoa de Vasconcellos Suassuna (1886-1930). Ariano viveu os primeiros anos de sua vida no Sítio Acauã, no sertão do estado da Paraíba.

Devido ao assassintao de seu pai no Rio de Janeiro durante a Revolução de 1930, sua mãe levou toda a família para morar na cidade de Taperoá, no Cariri paraibano

Entre 1933 e 1937, fez seus primeiros estudos na cidade de Taperoá. Foi lá que Ariano fascinou-se ao assistir pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola. O carater de improvisação tão forte nos desafuios de viola, tornaria-se fundamental na obra de Suassuna.

Em 1942, ainda criança, Ariano Suassuna muda-se para cidade de Recife, no vizinho estado de Pernambuco, onde passou a residir definitivamente. Estudou em Recife desde o antigo ensino ginasial até o ensino superior, formando-se em Direito (1950), na célebre Faculdade de Direito do Recife, e em Filosofia (1964.)

No dia 7 de outubro de 1945, Ariano teve seu poema "Noturno" publicado em destaque no Jornal do Comercio do Recife.

Ainda na Faculdade de Direito do Recife, conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Sua primeira peça, Uma mulher vestida de Sol, foi escrita em 1947. Escreveu outras péças e dentre elas O Auto de João da Cruz, 1950, que recebera o premio Martins Pena.

O reconhecimento veio em 1955, Auto da Compadecida o projetou em todo o país. Aclamada por todos, a obra já foi montada por grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para o cinema e a televisão.

Ariano foi o idealizador do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro.

Desde 1990, ocupa a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o barão de Santo Ângelo.

Em 1993, foi eleito para a cadeira 18 da Academia Pernambucana de Letras, cujo patrono é o escritor Afonso Olindense.

Assumiu a cadeira 35 na Academia Paraibana de Letras em 9 de outubro de 2000, cujo patrono é Raul Campelo Machado, sendo recepcionado pelo acadêmico Joacil de Brito Pereira.

Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo do Império Serrano, no carnaval carioca; em 2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde no carnaval paulista.

Já tebe suas obras traduzidas para o inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.

Obras selecionadas

Uma mulher vestida de Sol, (1947); Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa, (1948); Os homens de barro, (1949); Auto de João da Cruz, (1950); Torturas de um coração, (1951); O arco desolado, (1952); O castigo da soberba, (1953); O Rico Avarento, (1954) Auto da Compadecida, (1955); O casamento suspeitoso, (1957); O santo e a porca, (1957); O homem da vaca e o poder da fortuna, (1958); A pena e a lei, (1959); Farsa da boa preguiça, (1960); A Caseira e a Catarina, (1962); As conchambranças de Quaderna, (1987); Fernando e Isaura, (1956)"inédito ate 1994";

Romance

A História de amor de Fernando e Isaura, (1956); O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, (1971); História d'O Rei Degolado nas caatingas do sertão/Ao sol da Onça Caetana, (1976).

Poesia

O pasto incendiado, (1945-1970); Ode, (1955); Sonetos com mote alheio, (1980); Sonetos de Albano Cervonegro, (1985); Poemas (antologia), (1999)



D. Fernando

* texto adaptado a partir do site: http://pt.wikipedia.org/

Compartilhando textos e poesias.

Bicho maluco beleza, Alceu Valença nos faz viajar com sua música e sua poesia por um mundo de retalhos coloridos que cosidos exaltam a cultura nordestina.


Espelho Cristalino


Essa rua sem céu, sem horizontes
Foi um rio de águas cristalinas
Serra verde molhada de neblina
Olho d'água sangrava numa fonte
Meu anel cravejado de brilhantes
São os olhos do capitão Corisco
É a luz que incendeia meu ofício
Nessa selva de aço e de antenas
Beija-flor estou chorando suas penas
Derretidas na insensatez do asfalto

Mas Eu tenho um espelho cristalino
Que uma baiana me mandou de Maceió
Ele tem uma luz que me alumia
Ao meio-dia clareia a luz do sol...

Que me dá o veneno e a coragem
Pra girar nesse imenso carrossel
Flutuar e ser gás paralisante
E saber que a cidade é de papel
Ter a luz do passado e do presente
Viajar pelas veredas do céu
Pra colher três estrelas cintilantes
E pregar nas abas do meu chapéu
Vou clarear o negror do horizonte
É tão brilhante a pedra do meu anel


Alceu Valença

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Uma águia voando livre...


O vôo da águia


Mergulha de olhos abertos.
Sente o vento no rosto.
Abre as asas, corpo ereto,
Dorso exposto, no ar.

Voa livre
Voa alma
Voa longe
Voa águia


No dia 18 de junho do corrente, a literatura perdeu um dos seus maiores representantes nos últimos tempos. Morreu José Saramago, jornalista, homem das letras, que conseguiu atrelar a uma estrela, o veiculo que o conduzia aqui na terra e saiu por aí voando com suas palavras. Hoje Saramago voa livre com suas próprias asas.


D. Fernando

...and was born Vinicius.


...e nasceu Vinicius.

Quarta-feira à noite. Fui até a Universidade Federal de Alagoas com a intenção de fazer uma prova de reavaliação de Língua Inglesa. Estávamos na sala de aula eu, Ricardo, Josimar, Williams e a professora Simone. A ansiedade era grande, e nada da Andréa aparecer, a professora sugeriu que esperássemos um pouco para ver se a Andréa chegava, o que acabou não acontecendo. Ao termino da prova, ficamos sabendo através de um telefonema dado pelo William que nossa amiga Andréa tinha dado a luz justamente no dia da prova de reavaliação. Ficamos todos muito felizes e eu fiquei imaginando: E se a Andréa tivesse na Ufal para fazer a prova e entrasse em trabalho de parto justo naquela hora como será que teria sido?

- C’mon class, lets go to the test.
- Eita Juca a professora Simone num dá trégua não né bicho, só fala em Inglês.
- O pior Darlan é que eu num entendo é nada.
- He he he eu também.

- Eita gente, me ajuda aqui, acho que a bolsa estourou!
- Darlan a bolsa estourou, vamos ajudar.
- Ah tá Ricardo, ninguém aqui tem investimento na bolsa não meu filho.
- Ele ta falando da bolsa do meu bebêêêêêê
- Eita e já nasce com bolsa é?

O Williams começa gritar:

- Tragam água morna, água morna logo!
- Aqui no João de Deus? Ta tuim hein. Só se for água da chuva, e mesmo assim fria.
- Darlan o caso é sério...
- Eu sei Juca, eu tô nervoso.

A professora Simone se concentrava como só os orientais sabem fazer e dizia umas orações nos idiomas que a mesma domina: Inglês, Italiano, Francês e do nada, ela fala algo em japonês que me deixou ainda mais nervoso.

Acabei entrando no clima dela e comecei a misturar os idiomas, não com a mesma competência né.

- Eita Ricardo pede para a professora speak em português que eu num to undestand é nothing.

Ricardo como sempre mantendo sua classe britânica...

- Shut up Darlan e siga os procedimentos.
- Procedimentos de que?
- Isso aqui é o curso de letras não o de medicina.

- Minha gente ta doendo muuiiiitttoooooo.
- Eu estou indo Andréa
- Obrigado Juca!
- Não eu estou saindo daqui, eu não posso ver sangue senão eu desmaio.

Enquanto eu e Juca ficávamos cada vez mais desesperados, Williams continuava a gritar:

- Água morna, tragam água morna!
- Hey Williams, você só fica aí gritando isso...
- É que eu vi isso num filme, deve servir pra alguma coisa né?
- E eu sei lá, nunca vi um filme desses, e você Juca?
- Nem eu, na laje num tem cinema.
- Eu vejo muito o desenho do Pica-pau.
- Eu num gosto muito não.
- Hey vocês três parem de discutir sobre essas baboseiras e ajudem aqui.

Nesse momento Ricardo e a professora Simone já estavam prontos para fazer o parto. A professora Simone utilizando de sua sabedoria oriental em segundos retirou o menino e nós ouvimos o choro do garoto. Ficamos aliviados, menos o Juca que desmaiou.

- Qual o nome do bebê Andréa
- Vinicius professora
- De Morais?

Todos em coro.

- Shut up Darlan!
- Eita!

Ainda bem que foi só a minha imaginação e a Andréa teve o Vinicius no lugar certo sem precisar de tanta correria e alvoroço. Meus parabéns Andréa e desejo aos dois, muitas felicidades.


D. Fernando

Disco da Semana

Semana passada foi impossível postar alguma coisa aqui no blog, pois estava muito atarefado com o trabalho e a faculdade. Nesse meu retorno, venho resenhar pela primeira vez um disco cantado em língua portuguesa.

Engenheiros do Hawaii - A Revolta dos Dândis (1987)


Quando esses gaúchos surgiram no cenário nacional em 1986 com o disco Longe Demais das Capitais e o hit Toda Forma de Poder, deram um gancho de esquerda no meu queixo. Musicalmente eles são até simples, nada demais, mas é nas letras que os Engenheiros do Hawaii pegam você de surpresa. Humberto Gessinger destila aliteraçoes, metáforas e outras figuras de linguagem com uma facilidade incrível, dando uma expressividade muito grande as suas letras.

O disco começa com A Revolta dos Dândis I, um rock and roll básico com baixo, guitarra e bateria servindo de base para uma harmônica bem sacada que dá um clima meio country, blues a canção. Alguns efeitos simulando o apito de um trem a vapor completam o clima dessa belíssima música.

Na seqüência temos Terra de Gigantes, uma bela melodia acústica, uma interpretação simples ecompetente de Humberto Gessinger, aqui uma das melhores letras da musica brasileira. Para mim a juventude vai ser eternamente uma banda numa propaganda de refrigerante.

Infinita Highway foi feita para tocar na estrada meu caro. A música vai ganhando corpo com o tempo e se torna um dos hinos estradeiros do rock no Brasil.

Refrão de Bolero é introspectiva, seu clima de bar é maravilhoso nos deixa bem a vontade para abrirmos aquela cerveja (notou que eu gosto né.) e se afogar na letra da canção. Ana seus lábios são labirintos...

Filmes de guerra, canções de amor, A revolta dos dândis II, Além dos outdoors, Vozes e Quem tem pressa não se interessa seguem o esquema instrumental na linha rock and roll básico e letras extremamente bem escritas, trechos como: Por mais que a gente grite o silencio é sempre maior (Além dos outdoors), Os dias parecem séculos, quando a gente anda em círculos, seguindo ideais ridículos de querer lutar e poder (Filmes de guerra...) davam amostras do grande letrista que surgira à época na musica brasileira.

Desde aquele dia é a mais romântica do disco, a simplicidade do instrumental só valoriza ainda mais a letra da canção. Até hoje canto o refrão constantemente: Eu só queria saber o que você foi fazer no meu caminho, eu não consigo entender, eu não consigo mais viver sozinho...

A música Guardas da Fronteira só confirma tudo o que foi dito até agora nessa resenha, ou seja, os Engenheiros do Hawaii, conheciam suas limitações musicais na época e sabiam trabalhar com os recursos que lhes eram disponíveis, apostavam muito no potencial do letrista Humberto Gessinger e honestamente cara, eles ganharam a aposta.

Amados e odiados na mesma proporção. Sempre no olho do furacão. Liricamente uma das melhores coisas que surgiram até hoje no Brasil. Engenheiros do Hawaii - A Revolta dos Dândis. Eu recomendo!


D. Fernando
 
Segue abaixo o vídeo da canção Terra de Gigantes.
 

Compartilhando textos e poesias.

Hoje trago para vocês essa bela poesia de Ronaldo Cagiano.



Mosaico

Não me importa o que eu sou.
De nada vale a pena
deslumbrar-se consigo mesmo
na vã tentativa
de admirar o que fez,
o que foi,
o que tem.
Orgulho-me, sim,
Daquilo que não fui.
Só assim consigo estar mais leve
e ver além do sol,
porque
das decepções que não sofri
e das frustrações que não tive
a mim e aos demais poupei.
Entre tantas despedidas,
amizades desfeitas e amores inconclusos,
ficou-me a estranha, iniludível sensação
de estar sempre inacabado.


Ronaldo Cagiano.

domingo, 13 de junho de 2010

Disco da Semana

Badlands (1989)


Esses caras tinham tudo para dar certo: músicos experientes, grandes instrumentistas, prestigio no cenário da época e muito, muito talento. O que deu errado? Essa pergunta eu me faço até hoje. Conflitos internos, a velha guerra de egos, o estilo que entrava em decadência justo quando eles despontaram para o mundo, sabe se lá o que mais. O que eu posso dizer é que este é um daqueles grupos que se tornaram cult pelos fãs do estilo, no caso aqui o Hard Rock.

Badlands o disco abre com High Wire e meu amigo, Jake E. Lee mostra a razão de ser considerado um dos grandes do estilo. A introdução dessa canção é maravilhosa, que riff fantástico, fãs de Hendrix e Page encontram aqui um prato cheio para se deliciarem, mas não se enganem quem acha que Jake limita-se a copiar seus mestres, esse cara tem talento de sobra para imprimir personalidade própria à coisa toda.

Dreams In The Dark é o maior hit da banda até hoje, hard rock clássico, destaque para esse fantástico vocalista chamado Ray Gillen, esse cara canta como poucos. Dos versos ao refrão essa musica contagia, eles souberam dosar com destreza algo entre um som mais trabalhado e o que se tocava nas rádios. Clássico.

Além de alguns detalhes na canção citada no parágrafo anterior não espere nada que lembre as bandas dos anos 80 aqui. O Badlands teve personalidade e não seguiu a moda em voga naquele momento. Jade’s Song é uma belíssima instrumental acústica que serve como introdução para a Zeppeliana Winter’s Call, canção de extremo bom gosto com riffs certeiros e um andamento muito agradável cortesia de Greg Chaisson e Eric Singer, baixo e bateria respectivamente.

O disco é calcado em um instrumental acima da média. Dancing On The Edge, Streets Cry Freedom despejam riffs certeiros, vocais poderosos, baixo e bateria formando uma cozinha precisa e consistente.

Hard Driver foi feita para ser escutada na estrada, Eric Singer introduz a música de maneira pesada e criativa para uma seqüência de riff e solo de tirar o fôlego. Os vocais aqui estão perfeitos, preste atenção, ou melhor nem precisa presta atenção, o contrabaixo salta aos seus ouvidos numa pegada segura e criativa, diga-se de passagem uma constante nesse disco.

Rumblin’ Train é um blues com uma marcação muito gostosa de se ouvir, hey que tal uma cerveja hein?

Devil’s Stomp, assim como Winter’s Call começa bem lenta e depois vira uma rifferama absurda, sem fala do solo. Alias os solos nesse disco são um destaque a parte. Não exagero quando digo que Jake E. Lee é um dos maiores guitarristas do Hard Rock, influenciou muita gente que está por aí hoje. Vale lembrar que Jake toca profissionalmente desde a década de 70, mas só foi reconhecido quando participou da banda de Ozzy Osbourne em meados dos anos 80.

Seasons nos remete ao Black Sabbath fase Dio. Belíssima balada com uma interpretação vocal linda de Ray Gillen. Gillen foi vocalista do Sabbath logo após a saída de Glen Hugues da banda e só não gravou os álbuns seguintes por problemas empresariais. Existem gravações na net com os vocais de Ray no álbum Eternal Idol e não precisa dizer que ficaram maravilhosas apesar da baixa qualidade das gravações por se tratar de uma demo tape.

Ball And Chain fecha o disco com outro show da banda, riff em cima de riff, baixo e bateria precisos e pesados e um vocal fora de série.

Badlands a banda que tinha tudo para ser e não foi. Um disco repleto de musicas maravilhosas, uma line up fantástica, um guitarrista soberbo e um vocalista não menos que isso...Enfim, Badlands 1989 eu recomendo!

Badlands:

Ray Gillen – Vocals
Jake E. Lee – Guitars
Greg Chaisson – Bass
Eric Singer - Drums

D. Fernando



Esse velho sábio

Sigo o meu coração

Sigo os conselhos desse velho sábio.
Sigo as rosas ao longo do caminho.
Sigo de olhos fechados.
Sigo descalço, na velha estrada de espinhos.


D. Fernando

sábado, 5 de junho de 2010

Prisão sem muros.



Prisão sem muros

Preso numa prisão sem muros.
Em lugares escuros, escondo o meu coração.
Sozinho numa velha estrada.
Alma penada, penando sem direção.

Perdido, jogado do avesso.
De frio estremeço, na solidão.
Escrevo algo sobre o mundo.
No sono profundo, na contramão.

D. Fernando

Disco da Semana

Bon Jovi – Bon Jovi 1984


O ano de 1984 marca a mudança definitiva no direcionamento do Hard Rock americano. O estilo vinha numa crescente com bandas como: Twisted Sister, Motley Crue, Quiet Riot, etc. Essas bandas apostavam numa temática que abordava as revoltas da juventude da época. Quando os rapazes de New Jersey, capitaneados pelo talentoso Jon Bon Jovi aparecem com uma nova proposta lírica, onde os romance juvenis tomam o lugar das revoltas, o Hard Rock sofre um impacto jamais visto. Dee Snider vocalista do Twisted Sister declarou em uma entrevista certa vez: “Tudo estava indo muito bem, até que esse cara bonitinho de New Jersey apareceu com suas letras românticas e estragou tudo.”

O Bon Jovi caiu como uma bomba no cenário Hard Rock americano e em pouco tempo toma o mundo de assalto com a sua música.

Runaway abre o álbum com uma introdução de teclado marcante, fazendo contraponto ao teclado, a guitarra de Richie Sambora e a bateria de Tico Torres mostram que o Bon Jovi chegava para ficar no cenário da época. Runaway foi uma das musicas mais tocadas no verão americano de 1984. Melodia fácil e refrão marcante fizeram dessa canção um dos clássicos do estilo.

Roullete marca a estréia em disco de uma das parcerias mais duradoura e bem sucedida da história do rock, Jon Bon Jovi e Richie Sambora fizeram uma canção amarrada por uma boa variação rítmica comandada por Tico Torres e Alec John Such e intervenções certeiras de teclado e coros ao longo de toda a canção.

She Don’t Know Me é a única canção que não é de autoria de membros da banda nesse disco e em toda carreira do Bon Jovi (estou falando em álbuns de estúdio). Não tenho a menor idéia de quem seja o tal de M. Avsec que compôs a música, mas que o cara mandou muito bem disso não tenho a menor dúvida. A canção é marcada por uma introdução de teclado que entra na sua cabeça e não sai mais, é tão marcante que vez ou outra você escuta outras canções que beberam nessa fonte. Eu e meu grande amigo Adilson quando estamos tomando umas geladas identificamos aqui e ali alguma musica que lembra She Don’t Know Me.

A minha preferida do disco é Shot Through The Heart. Com uma introdução que lembra um pouco Runaway essa música tem uma das melhores performances da banda no disco. Belíssimas paradas no meio da musica onde Jon entra com sua ainda potente voz junto com o teclado dando um clima todo especial a letra dessa ótima canção hard rock.

Love Lies é o embrião do que viria se tornar a marca registrada do Bon Jovi, suas belíssimas baladas. Boa composição de Jon Bon Jovi e David Rashbaun (hoje David Briam).

Em Breakout, baixo, bateria, guitarra e coro fazem a base para as boas intervenções do teclado e os vocais bem encaixados de Jon. Outra bela canção nos moldes da época. Vale destacar que Richie Sambora debulhava sua guitarra com milhares de notas, sobretudo nos solos, coisa que o mesmo abandonaria num futuro próximo dando ênfase a solos mais contidos e precisos que o fariam uma referencia como artista.

Uma belíssima introdução de guitarra. Dessa forma começa Burning For Love, alias a guitarra manda nessa música, Richie não ficava devendo a nenhum guitarrista da época apesar de sua pouca idade. Coloque essa música para rolar no som do seu carro e tente se conter e não pisar fundo no acelerador.

Come Back e Get Ready, duas canções no mesmo molde de Burning For Love, ou seja, Hard Rock em alta velocidade, mas com um diferencial importantíssimo: os caras do Bon Jovi tinham telento de sobra para executar esse tipo de música com perfeição.

Um dos maiores fenômenos de vendas da história da musica. O Bon Jovi avançou além dos limites do Hard Rock. Há algum temo atrás saiu um box da banda com o seguinte título: Cinqüenta milhões de fãs não podem estar errados. A julgar pelo tempo essa quantidade já deve ter no mínimo duplicado, já que a banda vem fazendo álbuns de sucesso um atrás do outro.

Apesar das constantes críticas dos mais radicais, eis aqui uma banda que alcançou o que poucas conseguiram, mas que todas desejaram. Bon Jovi 1984 eu recomendo!


D. Fernando

Segue o vídeo da canção Runaway.

No bar do Osama



No bar do Osama


Lá estávamos, os quatro: Eu, Adilson, Marcos e Geraldo.

Olhando um para o outro sem saber o que fazer ou mesmo falar. Estávamos bêbados na mesa do bar do Osama no Clima “Bom”. Quando de repente o Marcos faz um barulho:

- Cchhiiiiii...
- Mas ninguém ta falando nada! Exclama o Geraldo.
-Eu sei, foi só para dar um toque dramático a situação.

Naquela altura do dia as mais de 20 cervejas estavam fazendo efeito. Isso era comprovado com as constantes retomadas, mudanças repentinas de assunto e até mesmo momentos de silêncio intermináveis que eram interrompidos sempre do mesmo jeito:

-Estais pensando em que doutor? Geraldo tem essa mania de chama a gente de Doutor.

Dessa vez foi o Adilson que introduziu um assunto de grande importância naquela mesa redonda. A mesa do bar era redonda mesmo.

- Bom mesmo eram os filmes de ação do Stallone nos anos 80.
- Eu confesso sou fã do Stallone! Foi à primeira coisa que me veio à cabeça para dar continuidade à conversa. Eu sou fã mesmo.

- E aquelas frases de efeito que o homi dizia...
- Era mesmo. Eram cada frase da boba
- ASTA LA VISTA BABY!

A lixa foi geral no Marcos nessa hora.

- Quem disse isso foi o Schwezeneger animal.

O Marcos sempre foi desligado mesmo. Outro dia desses a gente discutia sobre Rock e a pergunta foi: Qual o melhor disco que você comprou? E ele disse que não sabia, pois só comprava os álbuns porque achava bonito ver os caras das bandas de motocycletas e bandanas na cabeça. É um animal mesmo.

Naquele momento começa a competição casual de frases ditas pelo Stallone em seus filmes:

- O crime é uma doença, eu sou a cura! Eu gritei logo a minha preferida e a única que eu lembrava no momento. Eu sempre digo essa mesmo.
- Deus teria piedade de você, Rambo não terá.
- Hey Adilson quem disse isso foi o coronel Trautman, não foi o Rambo.
- Mas foi sobre o Rambo.
- E vale assim também é?

Outras cervejas foram se sucedendo e outras frases também:

- Quando se é estimulado, matar é como respirar...
- Eita bôba, essa é fera.

As frases do Stallone já se esgotavam, quando o filosofo do grupo o Geraldo soltou essa:

- Quando se é forte o bastante você pode vencer as batalhas sozinho.
- Em que filme tem essa frase?
- É. O Stallone disse isso? Questionaram Adilson e Marcos

- Oxe, disse não foi? Retrucou Geraldo, eu entrei de sopetão para ajudar o nosso filosofo:

- Se num disse deveria ter dito, porque é uma frase da bôba.

Outra vez o Marcos faz o barulho:

- Cchhiii...
- Drama de novo não.
- Não num é isso. Vocês não estão achando tudo muito calmo demais não?

Estava tudo muito quieto, o garçom desaparecera, a rua estava vazia, não tinha mais ninguém e já era noite. Só restavam nós quatro naquela mesa e uma escuridão imensa a nossa volta. Silêncio total.

- Estais pensando em que doutor?

Ao que Marcos responde a indagação de Geraldo com outra pergunta:

- Tá parecendo filme de Zumbis dos anos 80 né?
- É mesmo, já pensou se surge agora uma mulher, ou melhor, o cadáver de uma mulher gritando: eu quero miólos, eu quero miólos. Igualzinho no filme.
- Clássico. Esse é um clássico. Como era mesmo o nome do filme?
- Num lembro agora, só sei que era Zumbi para todos os lados.
- Foi mesmo. Eu só não entendi até hoje porque queriam só os miólos.
- Se eu fosse zumbi e encontrasse a Pámela Anderson eu iria gritar: Eu quero os peitões, eu quero os peitões.

Foi consenso geral, todos queriam os peitões da Pámela Anderson.

A essa altura do campeonato já havíamos filosofado sobre tudo: música, mulheres, famosos, guerra, futebol e o cinema, esse sempre ficava por último, era uma paixão em comum, talvez o único assunto que os quatro dominavam como poucos, principalmente quando todos estavam devidamente embriagados.

- Acho que eu já vou. Meu ônibus passa já. Eu disse.
- Oxe, que horas passa o ônibus? Perguntou o Adilson.

- Esse passa as 8:00 hs.

Já se aproximava das 8:00hs da noite e eu vinha dizendo que iria embora desde as 4:00hs.

- Eu também já vou.
- E eu também.

Geraldo e Marcos se levantaram meio desequilibrados. Adilson, o único solteiro da mesa, ainda tentou fazer com que ficássemos...

- Ta cedo, num deu nem tempo de falar de filme de índio.
- É mesmo, filme de índio é bom. Eu disse.

Daí o Geraldo se empolga e vem com mais essa:

- E o Karatê Kid? Daniel Larusso é fera ou num é?
- E o senhor Miaaagggiiiii. Grita o Marcos escandaloso como sempre.

Acabando com o clima nostálgico daquele momento.

- É... Fica para outro dia.

 
D. Fernando

Compartilhando poesias e textos.

Começo hoje a compartilhar com vocês poesias em verso e prosa e textos de outros autores aqui no blog. Para começar segue abaixo uma poesia do amigo Oraciano.


Barco da Vida

No futuro distante
Me vejo a velar,
No barco da vida,
Feliz a sonhar.

Sonhei em quimeras,
Num mar de alegrias,
Com águas tão vivas,
Em partes vazias.

Vagos mal preenchidos
De bons sentimentos
Padecem eternamente
Meus pressentimentos

No barco eu sonho
Nas águas velejo.
No mar eu entrego
Minha paz ao eterno.

Oraciano

terça-feira, 1 de junho de 2010

Despedida?????????


A “despedida.”


Outro dia desses, eu me deparei com a noticia de que uma das maiores bandas da história do Rock and Roll iria encerrar suas atividades. Sting In The Tail seria o último álbum do Scorpions, isso foi confirmado pouco tempo depois pelos integrantes no site oficial da banda. O lançamento do disco acompanhado de uma grandiosa turnê de despedida seria um presente para os fãs que acompanham a banda em cada canto do mundo há quase 40 anos.

Musicas como Raised On Rock, The Good Die Young, Turn You On, Spirit Of Rock e The Best Is Yet To Come, me fazem perguntar como uma banda que ainda compõe músicas desse nível pode encerrar suas atividades? Estou apenas citando algumas canções do álbum, pois acho que todas merecem destaque. Ouvi o disco uma pancada de vezes, e fica claro que Klaus Meine e companhia quiseram presentear os fãs com um álbum no estilo da fase que elevou o Scorpions ao patamar de superbanda. Quem gosta da fase Blackout/Love At The First Sting vai se emocionar do começo ao fim, ainda mais se ficar pensando que esse é o último álbum da banda. Putz o Scorpions vai acabar! Em certos momentos vem a sensação de um vazio; em outros uma sensação maravilhosa de que você acompanhou a trajetória de uma das maiores bandas da história; de uma das maiores vozes do Rock; de uma das maiores referências guitarristicas dos últimos tempos, ou vai me dizer que uma banda que teve Uli Jon Roth, Matthias Jabs, Michael Schencker e Rudolf Schencker em suas guitarras não é uma referência para qualquer um? Perguntem ao Malmsteen he he he.

Diante de tal situação eu fico pesando como é difícil escrever sobre esse assunto. Sem drama, sério, eu estou torcendo que esta seja uma despedida bem ao estilo Ozzy Osbourne, ou seja, I’ll be back no fim do ultimo show da turnê. Seria maravilhoso um We’ll be back hein! Só nos resta torcer. E para aqueles como eu que procuram indícios em tudo, vale se apegar em letras como a de Spirit Of Rock: no espírito do rock nós nunca morreremos, como uma rocha no oceano, no espírito do rock nós voamos alto, sempre cavalgando as asas da emoção. Será que há alguma pista que possa alimentar nossas esperanças? Faça como eu e se agarre nos últimos versos cantados por Klaus Meine em The Best Is Yet To Come, ou seja, os últimos versos do disco: O melhor ainda está por vir, não olhe agora, o melhor ainda está por vir, segure minhas mãos, o melhor ainda está por vir.

Como num final surpreendente de um conto, o álbum de “despedida” tem em sua ultima música o seguinte título: The Best Is Yet To Come (O melhor ainda está por vir).





D. Fernando