Em meados dos anos 80 surgia uma banda que tentava se diferenciar das outras bandas de Hard Rock da época. O White Lion apostava em letras abordando uma temática mais diversificada, os caras não falavam apenas de rock and roll, bebedeiras e mulheres. Algumas letras abordavam problemas políticos sociais, meio ambiente e tudo que boa parte das bandas ditas politizadas fazem hoje. Em 1988 com o disco Pride a banda alcançou o estrelato e a canção Whe The Children Cry esteve em 1º lugar em quase todas os países do mundo, curiosamente não se tratava de uma canção de amor, mas tocou muito e é muito linda, como diria um amigo meu: - É lindíssima bicho!
Com a separação da banda, o vocalista Mike Tramp se lançou em carreira solo. Songs I Left Behind a uma das crias desse vôo solo, mostra um vocalista seguro e competente em canções calcadas no mais puro rock and roll. Acompanhado de uma banda muito boa. Mike usou e abusou de suas influências sempre mantendo a coisa dentro de uma linha bem rockeira. Não precisa se esforçar para perceber ecos de Bruce Springsteen, Bob Dylan, Stones, Bad Company, Hard Rock dos anos 80 e até mesmo U2.
O disco abre com Sometimes, talvez a mais básica de todas, a produção despojada deu um clima bem underground ao disco, parece que foi gravado ao vivo no estúdio. Do It While You Can e Over And Over seguem a mesma pegada da 1º música, dando uma noção do que virá no restante do album, um rock and roll básico que lembram em alguns momentos a antiga banda de Mike.
Love Won’t Wait On Me uma bela canção que mistura Stones com aquele clima das baladas dos anos 80.
E o clima Stoneano continua com If I Was Real, One For Anger e What If I, canções inspiradas no mais puro rock and roll. Sonzaços.
Love Me Somebody do Bad Company, ganhou um clima bluesy pegajoso, Mike coloca o coração na garganta para cantar essa musica.
Before The Night e I Don’t Believe Anymore, dois dos melhores momentos desse play. Confesso que ao ouvir a primeira fico sempre na dúvida: Bob Dylan? Bruce Springsteen? Sei lá, a canção é muito boa, tanto faz, afinal um é influencia para o outro mesmo. Este tudo em casa.
Songs I Left Behind faz parte daqueles álbuns que nos surpreende, pois você não aposta no disco, Mike Tramp é um vocalista limitado e seu passado no White Lion não foi lá grande coisa. Daí você escuta o disco, e que surpresa cara, maravilhoso. Eu lembro de uma resenha desse álbum que dizia: - Agora eu sei por que o nome do álbum é As Canções Que Eu Deixei Para Traz, não lembram nem um pouco a antiga banda do Sr. Tramp, ele fez bem em deixá-las para traz. Sem dúvida uma declaração de uma mente bitolada.
Esse é um álbum onde as baladas estão mais introspectivas, mas não menos bonitas e os rocks permeiam todo o disco com uma competência e uma simplicidade vistas em poucos discos de rock que encontramos por aí.
Mike Tramp conseguiu imprimir sua personalidade em cada música, um vocalista limitado, mas um músico rock and roll com um feeling a ser admirado. Aqui vai uma dica: Chame os amigos, abram umas cervejas e escutem Songs I Left Behind. Eu recomendo!
D. Fernando
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