Start From The Dark (2004)
Com certeza um dos retornos mais importantes da última década em se tratando de Rock And Roll. O Europe estava de volta. Carrie, The Final Countdown, Supertituos, Tomorrow, todas essas canções vem logo à mente, ainda mais com a imprensa alardeando que viria por aí um novo The Final Countdown. A coisa não ocorreu bem assim, teve gente que me ligou desesperado, sem saber o que estava acontecendo, e isso vindo do maior fã do Europe que eu conheço, confesso que me assustou, mas também preparou meu espírito para o que viria.
O disco começa com Got To Have Faith. Aquela introdução me deixou receoso, mas depois entra um riff poderosíssimo, minha mente começou a busca referências daquilo com uma urgência fora do normal, que riff bicho. Jake E, Lee (Badlands, Ozzy), foi à primeira coisa que me veio à cabeça. Joey Tempest cantando com a competência habitual, a melodia vocal junto com o restante do instrumental deixa essa musica com um clima tenso, forte, etc. Got To Have Faith é o cartão de entrada perfeito para um disco que mescla influencias do passado e do presente com maestria.
As musicas seguintes são Start From The Dark e Flames que só serviram para reforçar a 1º impressão deixada por Got To Have Faith. O Europe voltou fazendo um Hard Rock voltado às origens do estilo, sem deixar de ser contemporâneo ou moderno como queiram.
A sonoridade do disco é algo que me surpreendeu com o passar do tempo, de inicio assusta um pouco. As afinações um pouco mais baixas deram um clima todo especial, não sei se foi devido a pegada totalmente setentista de algumas músicas como Wake Up Call, ou se pela pegada Hard mais crua de musicas como Sucker, sinceramente não sei.
As baladas (sim elas estão aqui também) estão simplesmente maravilhosas: Roll With You e Settle For Love deixaram de lado aquele ar oitentista e ganharam um tom mais introspectivo que as diferenciam das outras baladas da banda.
Reason, Song No 12, Spirit Of The Underdog completam o disco com todas as características desse novo Europe, mas sem deixar o velho Europe de lado, Ah! Lembram daquelas paradas no meio da musica para entrar uma melodia mais suave? Coisa que a banda fazia aos montes no inicio da carreira? Estão aqui também meus caros e são lindíssimas. América é o melhor exemplo disso. Escutem e comprovem.
Quem disse que os anos 80 não figurariam nesse álbum?. Eu deixei o melhor para o final. Hero emociona desde o primeiro acorde, a melodia nos remete aquela que foi a década mágica do Hard Rock, e a letra meu amigo, a letra é um verdadeiro tributo aos nossos hérois. Seja ele seu guitarrista favorito ou seu pai.
“Cause you are my hero – Porque você é o meu herói
My Friday night – Minha sexta-feira a noite
You wrote the soundtrack to my life – Você escreveu a trilha sonora da minha vida
And gave me something to hold on to – E me deu algo em que segurar
When I was growing up – Quando eu estava crescendo
You were the rock – Você foi à rocha
In my life. – Na minha vida
As afinações baixas empregam ao disco um clima sombrio, talvez essa tenha sido a causa da celeuma que tomou conta dos fãs da banda logo no inicio dessa volta, mas o Europe está ali intacto: as belas melodias dos teclados de Mic Michaelli, ainda que aparecendo bem menos nessa nova fase, o baixo de John Levén pesado e preciso como sempre, Ian Haugland espancando a bateria com força e técnica e até melhor do que antes, John Norum e Joey Tempest, bem, esses nasceram musicalmente um para o outro, elaboraram composições complexas e pegajosas ao mesmo tempo, poucos conseguem isso. Em suma um discaço de Hard Rock, técnico e cheio de feeling. Eu recomendo Europe – Start From The Dark.
D. Fernando
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