sexta-feira, 23 de abril de 2010

Meu pai, meu herói.

Essa semana mais precisamente no dia 20 de abril, meu pai completaria 69 anos. Procurei palavras para descrever o que eu sinto por ele, mas palavras por si só não expressam sentimentos, elas devem está contextualizadas: uma frase, uma poesia, um texto, uma música, etc. E foi assim, numa música, que encontrei a maneira perfeita de homenagear o meu herói. Tudo que eu gostaria de lhe dizer está nessa letra e nessa canção: Hero - Europe. Segue abaixo a tradução.

Herói

Não é como se eu não fosse sonhar
Se você não tivesse me mostrado como
Não é como se eu não fosse lutar
Se eu não soubesse da sua vida
Não é como se eu não fosse suportar
Aqui com os meu amigos

Você nos deu vida
Quando nossos dias iam se esvaindo
Você nos deu do seu tempo

Por que você é o meu herói
Nas minhas sextas-feiras à noite
Você escreveu a trilha sonora da minha vida
E me deu algo
A que se segurar
Quando eu estava crescendo
Você foi à rocha
Na minha vida

Não é como se eu vivesse os meus dias
Por cada palavra que você fala
Como se eu ficasse acordado todas as noites
Bebendo com o seu fantasma
Não é como se eu não conseguisse olhar pra trás
Sem seguir em frente

Você nos deu vida
Quando nossos dias iam se esvaindo
Você nos deu do seu tempo

Por que você é o meu herói
Nas minhas sextas-feiras à noite
Você escreveu a trilha sonora da minha vida
E nos deu, crianças
Uma chance de sonhar
Dias em que eu aguentei o bastante
Você foi à rocha
Na minha vida

Você ainda me dá vida
Quando meus dias se esvaem
E me dá do seu tempo

Você ainda é meu herói
Nas minhas sextas-feiras à noite
Você escreveu a trilha sonora da minha vida
Você me dá algo
A que se segurar
Enquanto eu ainda cresço
Você é a rocha
Na minha vida




Para quem quiser conhecer essa belíssima música. Segue o clip abaixo:



Disco da Semana

Songs I Left Behind (2004)


Em meados dos anos 80 surgia uma banda que tentava se diferenciar das outras bandas de Hard Rock da época. O White Lion apostava em letras abordando uma temática mais diversificada, os caras não falavam apenas de rock and roll, bebedeiras e mulheres. Algumas letras abordavam problemas políticos sociais, meio ambiente e tudo que boa parte das bandas ditas politizadas fazem hoje. Em 1988 com o disco Pride a banda alcançou o estrelato e a canção Whe The Children Cry esteve em 1º lugar em quase todas os países do mundo, curiosamente não se tratava de uma canção de amor, mas tocou muito e é muito linda, como diria um amigo meu: - É lindíssima bicho!

Com a separação da banda, o vocalista Mike Tramp se lançou em carreira solo. Songs I Left Behind a uma das crias desse vôo solo, mostra um vocalista seguro e competente em canções calcadas no mais puro rock and roll. Acompanhado de uma banda muito boa. Mike usou e abusou de suas influências sempre mantendo a coisa dentro de uma linha bem rockeira. Não precisa se esforçar para perceber ecos de Bruce Springsteen, Bob Dylan, Stones, Bad Company, Hard Rock dos anos 80 e até mesmo U2.

O disco abre com Sometimes, talvez a mais básica de todas, a produção despojada deu um clima bem underground ao disco, parece que foi gravado ao vivo no estúdio. Do It While You Can e Over And Over seguem a mesma pegada da 1º música, dando uma noção do que virá no restante do album, um rock and roll básico que lembram em alguns momentos a antiga banda de Mike.

Love Won’t Wait On Me uma bela canção que mistura Stones com aquele clima das baladas dos anos 80.

E o clima Stoneano continua com If I Was Real, One For Anger e What If I, canções inspiradas no mais puro rock and roll. Sonzaços.

Love Me Somebody do Bad Company, ganhou um clima bluesy pegajoso, Mike coloca o coração na garganta para cantar essa musica.

Before The Night e I Don’t Believe Anymore, dois dos melhores momentos desse play. Confesso que ao ouvir a primeira fico sempre na dúvida: Bob Dylan? Bruce Springsteen? Sei lá, a canção é muito boa, tanto faz, afinal um é influencia para o outro mesmo. Este tudo em casa.

Songs I Left Behind faz parte daqueles álbuns que nos surpreende, pois você não aposta no disco, Mike Tramp é um vocalista limitado e seu passado no White Lion não foi lá grande coisa. Daí você escuta o disco, e que surpresa cara, maravilhoso. Eu lembro de uma resenha desse álbum que dizia: - Agora eu sei por que o nome do álbum é As Canções Que Eu Deixei Para Traz, não lembram nem um pouco a antiga banda do Sr. Tramp, ele fez bem em deixá-las para traz. Sem dúvida uma declaração de uma mente bitolada.

Esse é um álbum onde as baladas estão mais introspectivas, mas não menos bonitas e os rocks permeiam todo o disco com uma competência e uma simplicidade vistas em poucos discos de rock que encontramos por aí.

Mike Tramp conseguiu imprimir sua personalidade em cada música, um vocalista limitado, mas um músico rock and roll com um feeling a ser admirado. Aqui vai uma dica: Chame os amigos, abram umas cervejas e escutem Songs I Left Behind. Eu recomendo!



D. Fernando

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Conto Engraçado I


O carro bomba

Dia 10 de agosto de 2009, ao sair de uma aula de lingüística aplicada me apressei para pegar uma carona com o Hugo até a Bomba do Gonzaga. Coisas estranhas antecederam a carona: havia um copo descartável no banco do carona, jogado assim meio que displicentemente, não poderia ter sido coisa do Hugo, japoneses são perfeccionistas demais para deixar aquilo acontecer.

Dentro do carro eu, Ricardo, Hidelbrando, Gleice, Clayse (tá parecendo mais um ônibus he he he) e claro o Hugo conversávamos sobre as aulas de língua estrangeira, como sempre Clayse desceu na entrada da Ufal e as despedidas, claro, foram em língua estrangeira: Bye, good night, see you tomorrow e o Hugo manda um asta la vista baby (não tenho a menor idéia se é assim que se escreve he he he).

Seguimos viagem, ao chegar na Bomba (eu disse bomba) do Gonzaga era minha hora de descer, o vidro estava fechado, a porta não abria, Ricardo pede para Hidelbrando descer e tentar abrir a porta por fora, para nossa surpresa quando Hidelbrando tentar abrir a porta...

- A minha porta também está travada, e agora?

No computador de bordo do carro, surge uma mensagem em voz linear, robótica mesmo.

- Este carro irá se auto-destruir em 10 segundos...09, 08

O desespero tomou conta da cena.

Embalados pelas aulas de língua estrangeira a confusão foi geral, eu gritava:

- Hidelbrando, please rápido open the door, open the door

Ele atordoado com a situação respondia:

- O que? I don’t understand

Ricardo numa classe britânica se expressa diante da situação:

- Isso você sabe falar né ? Forget Hidelbrando, open the door now !

Eu pensei com meu zíper, minha camisa não tinha botões.

- Agora lascou, eu também num entendi foi nada

A contagem regressiva continuava e parecia cada vez mais rápida: 06, 05...

A Gleice tentando abrir a porta do seu lado balbuciava alguma coisa que a muito custo eu consegui ouvir.

- I don’t want to die, I don’t want to die

Hidelbrando ao invés de se concentrar em abrir a porta parava para tentar entender alguma coisa.

- Die o que Gleice?

- A gente vai Die é se você não abrir essa porta seu... seu fatman – Gritei desesperado

Naquele momento olhei para o lado, lá estava Hugo, concentrado como só os orientais conseguem ser nos momentos de desespero. Por um instante fiquei mais tranqüilo, aquilo parecia impossível de estar acontecendo, com certeza dentro de sua sabedoria oriental Hugo já tinha a solução para aquela situação.

- Hugo, Hugo o que foi cara, você já sabe o que vamos fazer?

- Eu não to nem entendendo o que vocês estão dizendo... eu to é rezando.

4,3... outra mensagem sinistra aparece no visor do computador de bordo

- Se eu fosse vocês eu correria he he he – desespero geral

2,1...

Hidelbrando consegue abrir a porta e com isso destrava a bomba, quer dizer eu acho que era uma bomba, a última frase que apareceu no visor do computador de bordo foi:

- Bang...would you like sucker a lollypop?



D. Fernando

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Disco da Semana

Todas as semanas vou deixar aqui uma dica de um bom disco para vocês. Para começar: O album que marcou o retorno desta grande banda chamada Europe.

Start From The Dark (2004)



Com certeza um dos retornos mais importantes da última década em se tratando de Rock And Roll. O Europe estava de volta. Carrie, The Final Countdown, Supertituos, Tomorrow, todas essas canções vem logo à mente, ainda mais com a imprensa alardeando que viria por aí um novo The Final Countdown. A coisa não ocorreu bem assim, teve gente que me ligou desesperado, sem saber o que estava acontecendo, e isso vindo do maior fã do Europe que eu conheço, confesso que me assustou, mas também preparou meu espírito para o que viria.

O disco começa com Got To Have Faith. Aquela introdução me deixou receoso, mas depois entra um riff poderosíssimo, minha mente começou a busca referências daquilo com uma urgência fora do normal, que riff bicho. Jake E, Lee (Badlands, Ozzy), foi à primeira coisa que me veio à cabeça. Joey Tempest cantando com a competência habitual, a melodia vocal junto com o restante do instrumental deixa essa musica com um clima tenso, forte, etc. Got To Have Faith é o cartão de entrada perfeito para um disco que mescla influencias do passado e do presente com maestria.

As musicas seguintes são Start From The Dark e Flames que só serviram para reforçar a 1º impressão deixada por Got To Have Faith. O Europe voltou fazendo um Hard Rock voltado às origens do estilo, sem deixar de ser contemporâneo ou moderno como queiram.

A sonoridade do disco é algo que me surpreendeu com o passar do tempo, de inicio assusta um pouco. As afinações um pouco mais baixas deram um clima todo especial, não sei se foi devido a pegada totalmente setentista de algumas músicas como Wake Up Call, ou se pela pegada Hard mais crua de musicas como Sucker, sinceramente não sei.

As baladas (sim elas estão aqui também) estão simplesmente maravilhosas: Roll With You e Settle For Love deixaram de lado aquele ar oitentista e ganharam um tom mais introspectivo que as diferenciam das outras baladas da banda.

Reason, Song No 12, Spirit Of The Underdog completam o disco com todas as características desse novo Europe, mas sem deixar o velho Europe de lado, Ah! Lembram daquelas paradas no meio da musica para entrar uma melodia mais suave? Coisa que a banda fazia aos montes no inicio da carreira? Estão aqui também meus caros e são lindíssimas. América é o melhor exemplo disso. Escutem e comprovem.

Quem disse que os anos 80 não figurariam nesse álbum?. Eu deixei o melhor para o final. Hero emociona desde o primeiro acorde, a melodia nos remete aquela que foi a década mágica do Hard Rock, e a letra meu amigo, a letra é um verdadeiro tributo aos nossos hérois. Seja ele seu guitarrista favorito ou seu pai. 

“Cause you are my hero – Porque você é o meu herói
My Friday night – Minha sexta-feira a noite
You wrote the soundtrack to my life – Você escreveu a trilha sonora da minha vida
And gave me something to hold on to – E me deu algo em que segurar
When I was growing up – Quando eu estava crescendo
You were the rock – Você foi à rocha
In my life. – Na minha vida

As afinações baixas empregam ao disco um clima sombrio, talvez essa tenha sido a causa da celeuma que tomou conta dos fãs da banda logo no inicio dessa volta, mas o Europe está ali intacto: as belas melodias dos teclados de Mic Michaelli, ainda que aparecendo bem menos nessa nova fase, o baixo de John Levén pesado e preciso como sempre, Ian Haugland espancando a bateria com força e técnica e até melhor do que antes, John Norum e Joey Tempest, bem, esses nasceram musicalmente um para o outro, elaboraram composições complexas e pegajosas ao mesmo tempo, poucos conseguem isso. Em suma um discaço de Hard Rock, técnico e cheio de feeling. Eu recomendo Europe – Start From The Dark.


D. Fernando

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Minha terra tem porteiras...

Porteiras

Tem porteiras nas entradas da cidade
Pelo menos é o que parece
Encurralados feito gado
Apagando feito o sol quando anoitece

Sente frio
Se abraça logo aquece
Sente vontade
Fecha os olhos logo esquece
Sente dor, passa fome e adoece
Povo sem brio, esquecido - tem o que merece

Tem porteiras nas entradas da cidade
Pelo menos é o que parece.
D. Fernando

domingo, 11 de abril de 2010

Rockeiros, poetas e loucos...

Enquanto o mundo inteiro dançava freneticamente ao som do Rock And Roll, ele ousou fazê-los parar para pensar. Enquanto a industria fonográfica centrava a música em pernas ágeis e quadris eletrizados, ele ousou trazer o cérebro para o centro do furacão.
Um violão, uma gaita e uma voz esganiçada. Essa voz tão criticada pelos pseudo-intelectuais da música, tão criticada até hoje. Bob Dylan não sabe cantar - muitos diziam. Nem precisa meus caros, ela (a voz) entra na consciência e no coração de todos que a escutam. Mesmo contra tudo e contra todos. Aquela voz esganiçada se tornara a Consciência da América.
Várias foram às vezes que Bob Dylan se reinventara. Ninguém entendia, todos criticavam, mas ele indiferente a tudo continuava. Bob Dylan fez o Rock parar para pensar. Rockeiro, poeta, louco...
Bob Dylan é a poesia.
D. Fernando