quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Aniversário chato? Só se eu não for!


Estão querendo acabar com as fantasias das crianças. Outro dia desses na festa do meu sobrinho colocaram um desses DVDs infantis evangélicos que infestam o mundo por aí. Pois bem, estava tocando uma versão de atirei o pau no gato digamos assim, politicamente correta, sem graça mesmo.Quem cantava a canção era uma senhora com cara de madre Teresa de Caucutá ou não, sei lá, ela é evangélica pode não gostar da comparação, mas tudo bem, eu acho que ela não terá a felicidade de ler isso mesmo. E a letra daquela versão chata dizia o seguinte: “não atirei o pau no gato, pois eu não sou uma criança má la la la la...”

As crianças presentes na festa, todas com aquela carinha de quem não pode ver o gato da vizinha que taca logo um tijolo no bichano, estavam com certeza achando aquilo um saco, dava para ver na expressão de cada um deles.

Como são muito curiosos, perguntavam a todo adulto que passava na sala:

- Tio o senhor já atirou o pau no gato?
- Não crianças, não pode fazer isso, o bichinho não faz mau a ninguém.

E eu no meu canto pensava com os meus botões: Esse aí nunca assistiu o Piu Piu e o Frajola, ô animal!

Mas uma se atrevia a passar na frente da TV, e tome pergunta:

- Tia a senhora já atirou o pau no gato?
- Não meninos e meninas (era da família do Renato Russo), isso é muito feio.

Vocês precisavam ver a cara de decepção da molecada.

Resolvi sair um pouco. Na volta sem querer he he he, passei em frente a TV, os pais dos garotos ficaram me olhando com aquela cara de agora vem bomba e antes mesmo dos meninos me perguntarem alguma coisa, eles já estavam desesperados, fazendo gestos para que eu dissesse que nunca atirei o pau no gato.

Minha filha olhou para mim com aquela carinha de anjinho dela e tascou a pergunta:

- Pai o senhor já atirou o pau no gato?

Nesse instante resolvi olhar para a outra sala onde estavam os pais, que cena, minha esposa desesperada fazendo mímica, minha cunhada ajoelhada, o marido dela gritava, quer dizer, fazia aquele gesto como se estivesse gritando: Não, diga que não pelo amor de Deus!

- Eu filhinha?
- É painho, já?
- Eu atirei o pau no gato, joguei pedra no cachorro, puxei o rabo do macaco e ainda arranquei as penas do papagaio!
- Aaaaêêêêêêê

Gritaram, pularam, estouraram as bolas antes da festa acabar, foi um alvoroço, mas o melhor de tudo é que na correria um loirinho com a cara do Chucky ( pelo amor de Deus não deixem uma faca perto daquele menino) desligou a TV acabando com aquele martírio que tinha se transformado a festa de aniversário.

D. Fernando

2 comentários:

  1. Hahaha muito bom Darlan. Você fez uma boa ação, a pesar de eu ter e gostar muito dos meus dois gatos (é... um deles mereceria ter uma paulada - de leve - nas costas).
    A propósito, você é o Darlan da disciplina de Gêneros Orais? Se não for não importa, o texto tá muito divertido.

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  2. Sou eu mesmo. A maioria dos textos aqui do blog são meus, tem outros bem engraçados, adoro escrever textos, poesias e outras coisas que eu não saberia como intitular he he he.

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